sábado, 23 de junho de 2007

EDUCAÇÃO ATRÁS DAS GRADES

Quando entrei em algumas escolas senti a mesma energia de quando fui ao presídio Pascoal Ramos, muros e grades que sufocam qualquer um. Os professores como os carcerários, fazendo de tudo para agradar os alunos em troca de segurança dentro daquele recinto “escolar”, e os alunos como os recuperandos, alguns conscientes dos seus atos outros a mercê desta realidade, o diretor dentro de uma sala com medo dos alunos, feito um antigo administrador de presídio que conheci que tinha um medo terrível de caminhar por dentro da instituição que dirigia.
Assim vai a educação no nosso Estado. O secretário de Educação podia ser o mesmo de Segurança Pública ou vice-versa, pois não tem diferença entre presídios e escolas estaduais. A administração deve ser a mesma, não é por nada que o secretário de Segurança Pública já tinha sido indicado pelo governador para ser secretário de Educação.
Professores, ou melhor, dizendo educadores, gente! Não damos nada do que não temos, como vamos esperar da maioria dos professores reação a essa doença crônica que alastrou na educação, se nós não estamos preparados para isso, nem se quer temos um sindicato paritário para defender nossos direitos, pois estamos cansados de saber que o nosso sindicato e ligado a um partido político.
Na opinião do professor universitário, Roberto Boaventura(Artigo - A Gazeta do dia 23 de junho de 2007), “ninguém nasce marginal, eles são fabricados por uma sociedade como esta”.

Maria Fernanda Figueiredo
Pedagoga

6 comentários:

Marco Antonio de Mattos disse...

Parabéns Maria Fernanda pelo artigo intitulado "Educação atrás das grades". Estou assustado com a altura dos muros que as instituições educacionais estão erquendo ao seu redor (parte física) é lamentavél, realmente parece mais um presídio do que uma escola.

MARCO ANTONIO DE MATTOS disse...

Muito obrigado pelo comentário, também me assusta.
Beijos

Osc@r Luiz disse...

Compartilho da mesma opinião, minha querida.
Diversas vezes dando palestras em escolas públicas tive a mesma sensação.
É a total inversão de valores.
Mas enquanto,"desenhar" o nome for sinônimo de estar alfabetizado, não chegaremos a lugar algum.
Acho que é isso!
Meio desanimador, mas é a tendência natural das coisas caso a mentalidade permanesça a mesma.
Beijo!

MARCO ANTONIO DE MATTOS disse...

Obrigado Oscar.
Beijos

Tânia Defensora disse...

Ficou muito bom esse artigo Fernanda. Vc conseguiu imprimir nele toda a sua sensibilidade.

MARCO ANTONIO DE MATTOS disse...

Muito obrigada Tânia!
Estou aprendendo com os seus.
beijos